Saturday, 19 August 2006

indonews 3

Alô a todos, escrevo de Bali, Ilha dos Deuses... na última vez que escrevi cometi o erro de dizer que ia ao maior templo budista do mundo. Não, esse é o templo que vou ver amanhã, o de Borobudur. Não sei ao certo, mas parece que foi um pouco afectado pelo terramoto de 23 de Maio deste ano. Estou deserta para ver aquela construção! Depois conto a sensação.

Não fui a Borobudur, fui antes ao templo de PRAMBANAN, que fica 12km a oeste de Yogyakarta. É considerada a construção Hindu mais bonita de toda a ilha de Java e é contemporânea de Borobudur, 800 a.C. Fui ver um espectáculo ao fim da tarde, fiquei com a certeza de que irei regressar para o ver de dia. O templo servia de cenário ao espectáculo, o Ballet Ramayana, cuja história hindu foi adaptada ao gosto javanês.
Sendo Yogyakarta o berço da cultura javanesa, este espectáculo foi, em 1961, promovido por Sokarno. Já lá vão mais de 40 anos, todos os dias actuam.. bom exemplo.
O cenário é mais do que bonito, os bailarinos, as roupas que vestiam, as maquilhagens, a orquestra... muito bonito. Quando viajarem até Java, já sabem que este templo é um lugar de passagem obrigatória.

Antes do espectáculo, fomos ver o KRATON, o palácio onde vive o sultão de Yogyakarta. A nível de turismo, c'est tout.

Tenho continuado a aprofundar os meus conhecimentos de Indonésio: já conto até 20, sei os dia de semana, consigo conversar um pouco com o taxista que me transporta de um lado para o outro, o BOBI...

Nas aulas têm acontecido coisas giras: tivémos um workshop de KECAK, uma dança que nos leva ao TRANSE...lol, foi tão engraçado, estávamos todos divertidíssimos, saímos de lá relaxados....
Aprendemos tb a fazer NASI GORENG KEJU (tipo Arroz Chao-Chao, com queijo), GADO-GADO, uma receita vegetariana com um molho de amendoim, piri-piri e açucar de palma no topo...e SATÉ grelhado (a esta confecção não assiti, mas comi, eheh).

Ainda tivemos na 4a feira um workshop de música. Como não é o meu forte, resolvi ir. Toquei com os meus colegas instrumentos tradicionais e o som que produzimos era ultra relaxante. Enquanto nós formámos orquestra, outro grupo bricava com as sombras javanesas, fazendo-as dançar ao ritmo da música.

Ainda arranjei tempo para ir ao workshop de Batik. Deu-me gozo, porque comecei do zero. Fiz um desenhito, adicionei as cores, da mais clara para a mais escura: amarelo, vermelho, verde (o verde aparece por reacção química, depois de ser aplicada uma solução clorídica
qq...PARECIA MAGIA, juro!), apliquei parafina (serve para fazer quebras!!) e depois novamente todas as cores (amarelo, vermelho e azul) para cobrir o fundo.

Agora estou em Bali, ontem fui a um BBQ com franceses que aqui conheci e que aqui vivem. É impressionante como o bom gosto francês faz maravilhas: o espaço é muito bonito, bem decorado, cheio de artesanato das várias ilhas, antiguidades lindas. O Roman, o dono do L'Empat
Belas
(empat é 4, empat belas é 14...) é uma pessoa curiosa, com um gosto sofisticado e adora a Indonésia.

Bem, amanhã às 6 da manhã volto para Java, para ir ver a grandeza de Borobudur com os meus colegas. Daqui a uma semana somos distribuídos pelas várias ilhas e cidades e cada um vai para seu canto. Com as amizades que fizémos, vamos passar o ano a visitar-nos mutuamente. A Indonésia de lés-a-lés é tão extensa como os EUA, mas as ligações de avião facilitam a mobilidade. Tudo o que se faz por terra demora muito.

Manda aqui as fotos daquele casamento que fui em Jakarta e do traje típico, em que estou lado a lado com os Papua Nova-Guineenses... foram a verdadeira atracção!


Beijinhos

PS vai sem foto do casamento, porque o limite é 1MB....

Sunday, 13 August 2006

yogya e bali first impressions

Alô a todos, já sei que ficaram chocados com um erro ortográfico no último email...please don't take it so seriously, it can happen to everyone, mas enfim, passando a frente...

No dia 6 houve um evento muito giro, cada pessoa do seu país teve de vestir o traje nacional...acho que os romenos, austríacos tiveram uma coragem imensa em vestir os deles, já eu preferi um traje de Moçambique, o traje típico da mulher da Ilha de Moçambique, que por
acaso até dava para usar por cá... qual peixeira da Nazaré!!! Morria se viesse de minhota e diga-se, ninguém reparou... o engraçado é que ficava muito bem ao lado dos rapazes da Papua Nova Guiné, exóticos até dizer chega, cheios de penas nas pernas, cabeça, braços, e tronco nu,
coberto de colares feitos de dentes de marfim, um verdadeiro acontecimento... entretanto, todos mascarados, fomos ver LITTLE INDONESIA, parque temático mandado fazer pela dama de Suharto..depois fizemos uma viagem de autocarro entre Jakarta e Yogyakarta pela noite
dentro...dormi quase todo o tempo, mas sempre que o autocarro tremia devido às más condições da estrada, lá acordava eu mais uma vez...com a lua cheia a iluminar a beira da estrada... Espantou-me que quase não vi metro sem casa... não sei como aguentámos, chegámos a yogya todos rebentados.

Cá, instalaram-nos num complexo universitário de matemática, completamente fora da cidade... são precisas poucas palavras para descrever a casa de banho, mas deixo aqui uma incógnita, porque só visto!

Bem, no mesmo dia fui ter com a mana a Bali e que bem que me soube falar em português, se bem que esteja a fazer-me bem aperfeiçoar o espanhol que teimo em não conseguir falar com nuestros hermanos...
Bali, um paraíso... menos quente que Java, cheguei mesmo a sentir frio. Mas é de facto cosmopolita: fui ao Kudetá, um bar espectacular ver o pôr do sol e parece que é um programa comum por la.. giro, não?
Sair para ver o pôr do sol. O mar estava calminho, havia papagaios a decorar o céu, gente bonita...muita gente bonita. Giro é que ali vai a mãe, o pai e os filhos! vai tudo!
Come-se divinamente em bali, a comida é mesmo boa! Mas acorda-se com galos todos os dias as 5 da manhã... Aqui madrugo desde que cheguei, ou e porque há chamamento para as rezas, ou é porque há galos a cantar...É muito bonito ver oferendas aos deuses por toda a parte, uns
cestinhos pequeninos, com um recheio colorido no interior. São muito requintados.

De volta a Yogyakarta, fomos ver o palácio do sultão, que tem uma parte com arquitectura de traça colonial portuguesa. O sultão mora numa ala, que obviamente não visitámos. E parece que tem em casa antiguidades portuguesas... Estranhei não ver nenhumas e perguntei onde estavam e pronto, foi a resposta: em casa.

Depois levaram-nos a uma fábrica de batik, houve um grupo que foi fazer batik em madeira e voltaram de lá com umas máscaras pequeninas muito giras, o outro, em que eu me incluí, foi fazer batik sobre tecido. Adorei, acho que vou viciar-me em batiks, é mesmo delicado...
A instrutora, que falava comigo em javanês, lá disse BAGUS uma ou duas vezes... bagus quer dizer bom.. que querida.

Para já, posso dizer que Yogya é uma cidade interessante. Tem zonas residenciais abaixo do nível da estrada, o que é singular. É como se umas partes da cidade estivessem enterradas. Giro. Tectos budistas por todo o lado, é de facto um museuzinho. Mas hoje vamos ver e jantar
(que queridos!!!) ao templo budista maior do mundo...uau...é em yogya!

Bem, acho que é tudo, beijinhos, eu quando puder, mando um slideshowzito, mas tenho de o preparar ainda...

E o sol de Portugal? continua a brilhar???

Espero que estejam todos bem, um cium (bj) para todos