Wednesday, 1 November 2006

indo news 8 - episódio 4

Último destino desta viagem: a cidade de Malang, 2ª cidade de Java Oriental... depois de Surabaya, a 2ª maior do país.
Malang é uma cidade linda, linda! Uma das meninas que mora comigo, a Sónia, viveu lá há alguns anos e só me disse bem.
Disse-me que era muito mais fresca que Yogya, à noite é preciso um casaquinho...



A Rosana só dizia que se tinha enganado na cidade...é que ali se sente uma tranquilidade diferente, uma atmosfera colonial encantadora...tem muitas fachadas de
gosto colonial holandês, muitas árvores enormes a fazer sombra, ao ponto de ser agradável de a
caminhar. Adorei Malang!

Descobrimos à noite uma pastelaria/mercearia que fazia lembrar o SALOIO do Estoril, tal a qualidade dos produtos...um encanto.

Acordei de manhã e enquanto o Juan, o Martin e a Rosana se arranjavam, consultei a minha Bíblia de Viagem e fui fazer o que havia para fazer.
Fui ao Mercado das Flores - Pasar Bunga - onde vi flores lindas. Muitas rosas, muitas hortênsias, buganvílias e, para meu espanto, muitos BONSAI.

De volta ao Hotel, saímos todos juntos para fazer um percurso de templos. Há uma grande concentracção ao redor de Malang. Num dia, vimos 3 dos sítios arqueológicos mais fascinentes da região. Sem saber, fizémos até na melhor ordem. Porquê?

Passámos a manhã em Singosari; na hora de muito calor estivémos em Sumberawan, que tem uma nascente de água!! uma água limpa, fresca, leve...

Molhei a cara e que fresquinha fiquei! Bebi a água, tão leve, tão boa!

Mas não tomei banho...o Martin sim, porque é criança. Por muito que me estivesse a apetecer (e estava de biquini vestido) não pude ir...nenhum adulto o fez.

Terminámos no templo de Jago (incrível como foi tão perfeito!!), onde se via um pôr do sol fabuloso!! Se tivesse sido programado, não tinha corrido tão bem.
Toda a viagem foi feita assim!

Os templos de Singosari são sobretudo templos funerários dedicados aos reis da Dinastia de Singosari (1222-1292 d.C.). De carroça fomos até às figuras gigantes de dwarapala (guardiãos
contra os demónios). Tão impressionantes! Enormes! Sorridentes!


A 200 metros fica o que resta do templo. Adorei o facto de estarem a rezar. Havia muita gente a visitar o local, especialmente indonésios.
Mas ver, presenciar os turistas Hindus a rezar, ao som de campainhas, foi deveras delicioso..
Este templo teve, em tempos, uma estátua GANEISHA famosa (no guia diz estar de volta a Jakarta), mas que me garantiram estar em Amesterdão...coisas...

Depois, o Templo de Sumberawan. Lá fomos nós, de novo de minibus, muito apertados...
Um mini-bus com capacidade para 8 confortavelmente sentados, levava sempre pelo menos 15, 16 pessoas... A Ásia tem tanta gente, a Indonésia é o 4º país mais populoso do mundo.

Há um caminho pedestre que nos leva ao templo...do lado esquerdo, campos de arroz, do lado direito o curso de água...fresco, um encanto.


O templo data de 1359, é pequenino mas o local merece merece mesmo uma visita: perfeito para descansar um pouco, beber uma (ou mais!) concha de água limpa, almoçar um RUCAK, um MIE
GORENG
ou SATE.
Havia mangas a venda, foi aqui que comi a manga à moda do Equador...não fui muito bem sucedida, porque ninguém o faz bem à primeira.
O princípio é o mesmo de uma pasta de dentes: com os dentes trinca-se a casca para abrir uma cavidade do tamanho da nossa boca; massaja-se a manga sempre no fundo e...o sumo vai saindo. Assim não é preciso descascar, nem se fica com fibra nos dentes!
Os indonésios nem queriam acreditar no que estavam a ver...

Mais um. Já estávamos a pensar não ir. O Juan disse: eu por mim, vou a todos.
Ok, vamos..mais um minibus, este de longo percurso.
Candi Jago (candi é o mesmo que templo), o mais famoso da região, porque é totalmente decorado.
E que sorte, dali via-se um por do sol ladeado pelo monte Arjuna (Gunung Arjuna).
Este foi construído em 1268 d.C. para ser memorial do 4º Rei de Singosari, Vishnuvardhana.


Enquanto víamos o pôr-do-sol, uma mesquita começa a chamar os crentes.
Depois outra. E outra. E outra...no fim, eram 6!
Que confusão, que país híbrido este! A olhar um por do sol ladeado por um monte que tem um nome Hindu, sentados no cimo de um templo Hindu, a ouvir 6 mesquitas...oh, i wish
i was a camera man...


De volta a Malang, fomos ao Templo Budista Eng An Kiong, o templo dos budistas chineses que vivem na cidade...bem, os de Macau são muito mais bonitos.

Este era um pouco kitsch para o meu gosto...mas eles quiseram ver e eu assim pude mostrar-lhes um pouco do budismo que conheço melhor, que é o chinês.

Expliquei-lhes alguns dos símbolos (o que sei, q não é muito...) e comprámos aqueles papéis lindos que têm folha de ouro (!!) e aqueles incensos que caem em espiral.
Já não sabia onde estava, mais uma vez...

O último dia da viagem foi na cidade; havia mais lugares para ver (uma cascata e furnas...) mas, curtos de dinheiro e cansados, ficámos em Malang.
Depois do Ramadão terminado, comer é uma festa! Há de tudo! É uma viragem de 180º depois daqueles dias de calor em que se vive em sacríficio...

Estivémos no parque central da cidade. A Mesquita fica numa das extremidades. Ainda não entrámos em nenhuma. A Rosana disse: "vamos".
Eu disse-lhe, acho que não vamos conseguir entrar...pararam-nos logo!, porque eu e a Rosana tínhamos os braços descobertos e o cabelo à vista!

Bem, passando a frente...fomos almoçar ao Bairro Chinês, não longe do templo. Entrámos num tasca limpa, limpa.
Tentámos pedir, mas sem sucesso...um cliente falou comigo e eu disse-lhe que não percebia nada do menu... e que também sabia um bocadinho de chinês..
Chamou o dono, que veio ter comigo a falar em cantonense! passados 8 anos de não falar nada, misturei indonésio e chinês!
O meu cérebro já estava todo baralhado..bem, para terminar em beleza, fui às origens!

Esta viagem foi como uma volta ao Mundo!

indo news 8 - episodio 3

23.10.06

1000 metros, onde tirei a primeira fotos. pensei que estava na Américado Sul. Há muitos anos li a Profecia Celestina;o 3º capítulo era passado numa floresta densa, de montanhasaltíssimas, vales profundos, no Peru.Assim, depois de ter saído de África, subi às montanhas do Peru...tudo na indo.


1200 metros de altura: mudança de temperatura. Estamos na Primavera.

1300 metros de altura: começam a ver-se as flores do Natal, aquelaflor vermelha linda, nunca sei o nome.

2000 metros de altura: o nosso hotel, Yochi´s House. chegámos porvolta da uma da tarde. É lindo, lindo, encantador.Há hortênsias, rosas..Para desprevenidos como nós, até casacos deinverno tem para alugar.Passeámos na vila, que é totalmente diferente das vilas que vi atéagora na Indonésia. A partir das 4 da tarde...que frio! A Rosana teve a feliz ideia decomprar umas meias...havainas nos pés cobertos com meias..


Acordámos às 3 da manhã, preparámos torradas para levar para o monte..noite cerrada. Subimos a 2770 metros de altura, num Jeep....as únicas luzes que seviam àquela hora eram as dos jipes, todos em fila indiana,desta vez era mesmo sinal de civilização...


Chegados ao topo, há imensas lojinhas a vender cachecóis, gorros, anoraks...que frio! estavam cerca de 4 graus...


Estava tanta gente! Japoneses, muitos; ocidentais, alguns; indianos, muitos, e tb muitos indonésios e malaios. Neste lugar vê-se o nascer do sol, o monte Bromo (2392m) em actividade e o Monte Semeru (3676m), o mais alto de Java.. é a foto de postal, típica. Este monte Semeru é único: de 30 em 30 minutos expele cinza...é mesmo verdade!

É um dos vulcões mais activos de Java;o mais activo é mesmo o que abraça Yogyakarta, o Merapi...que continua activo...Depois desce-se ao sopé do Bromo.

O Monte Bromo não é o mais espectacular, nem o mais alto de Java. Mas é sagrado: os únicos hindus que sobram em Java, refugiaram-se a esta altitude quando foi a ocupação muçulmana no século XVI. Por isso é que há um templo Hindu no sopé do monte. Eram 4.30. Subimos os 253 degraus para chegar ao cimo do Monte Bromo.


Manda gases constantemente: o ar é irrespirável, tóxico. Em 5 minutos, habituamo-nos ao ar.. Os habitantes desta região são escuros, têm um ar de montanha. De repente olhei para o horizonte e pensei: ESTEPE.


Parecia que estava na Sibéria, nos montes Afegãos, Paquistaneses...sei lá. Tudo poeirento, areia vulcânica fininha, pessoas coloridas. National Geographic Channel? Quem disse que a Indonésia era praia, surf e calor? Enganou-se...Que frio! Depois do sol nascer já se sente um calorzinho.



De volta ao hotel, a 2000 metros de altura, já se está bem de manga curta. A Rosana diz que a sua cidade, Cuenca, no Equador é assim: está sempre sol, mas como se está nas montanhas, o clima é seco e não transpiramos. A latitude dos dois países é a mesma. O Equador deve ser um lugar lindo: Galápagos, montanhas e ainda parte da selva Amazónica! Diverso, como a Indonésia.
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Não sei contar a quantidade de vezes que me esqueci que estava na Indonésia, tal o efeito surpresa desta viagem.

Tudo sem programar..correu tão bem.

Conhecemos alguns turistas que fizeram o circuito clássico:Yogyakarta-Bromo-Bali e outros que fizeram Bali-Bromo-Yogyakarta.

Yogyakarta costumava ser ponto de passagem obrigatório numa viagem à Indonésia. Mas o turismo caiu imenso desde os atentados de Bali, o terramoto e tsunami deste ano. Por isso agora, disseram-nos estes turistas, parecia uma cidade fantasma (é preciso ver tb que estávamos em férias de Ramadão e muita coisa estava fechada, muita gente estava fora).Vieram cá para ver Borobudur e Prabanan e coitados, ficaram à porta de Prabanan. Só para terem uma ideia, actualmente um dia bom em Borobudur tem 40 turistas; antes um dia normal tinha 400!

Os americanos que conhecemos vieram de férias à Indonésia para fazermergulho: foram a Norte de Sulawesi, dizem que foi o lugar mais bonito que viram, so far...Vinham agora a Yogya e depois iam back to the States. Os americanos são tão engraçados: nunca dizem que são americanos,dizem que são de Ohio, California, Massassuchets...ou então dizem que são Canadianos, por medo de serem mal vistos.


já mando o último..eheheheh...té já