Já estou de volta à nossa linda cidade e vou começar a escrever sobre Jerusalém, Israel e Palestina. Tirei muitos apontamentos nesta parte da viagem.
Começo por dizer que não há uma Jerusalém, mas várias: a dos peregrinos, a dos turistas, a dos israelitas, a dos palestinianos, a das ordens religiosas e talvez mais que não identifiquei.
Esta cidade bíblica é mesmo muito muito bonita, toda construída de pedra, muito harmoniosa, e pequenina.
E é uma cidade com tanta História que nos sentimos a andar milhares de anos para trás.
A cidade de Jerusalém que os turistas frequentam é a Jerusalém Oriental; é esta parte que contém todos os lugares sagrados que as várias religiões dividem entre si.
Dentro da muralha - que tem 7 portas - está uma cidade dividida em quartos: o Judeu, o Muçulmano, o Católico e o Arménio. Arménio? Pois, parece que eles foram dos primeiros a lá chegar e são também eles cristãos. Eu não tinha ideia que o Cristianismo fosse tão dividido, tão díficil de entender.
Jerusalém é uma cidade de peregrinação para cristãos, mas também para os muçulmanos. Para eles, é a 3ª cidade e a Mesquita Al-Aqsa é considerada a 3ª mais importante.
Ali encontramos o famoso Muro das Lamentações, o famoso Monte das Oliveiras (sagrado para Judeus e Católicos) e o vale entre a cidade e o próprio monte (este sagrado para os Muçulmanos)...uffa!
Também encontramos a Igreja do Santo Sepulcro, onde se crê Jesus ressuscitou ao 3º dia (o Domingo de Páscoa), as 14 etapas do caminho de dor e sofrimento que Jesus fez dentro da cidade, percorrendo as ruas do mercado carregando a cruz...é emocionante.
Se fizermos a descer, não sentimos, mas se fizermos desde o princípio a subir, então sentimos que é duro. Agora imaginem com uma cruz enorme às costas...
É uma grande ginástica mental perceber isto tudo em poucos dias, ou enquanto vamos visitar a cidade com uma visita guiada. Ajuda muito seguir um guia que nos fala do Período Romano, Otomano, Hebraico, das cruzadas e de tantos outros factos históricos. Mas é bom esforçar-nos por aprender a história desta cidade.
Uma coisa que gostei de saber foi o porquê do Muro das Lamentações.
É o único vestígio físico de um Templo Judeu contruído por Heródes. O templo foi destruído e entretanto os cristãos construíram um exactamente no mesmo lugar. Este templo também foi destruído em cerca de 70 da nossa era pelos romanos.
Depois para complicar: vieram os muçulmanos e construíram o seu templo sagrado por cima das ruínas abandonadas.
Por isso é que os judeus rezam na parede, porque os muçulmanos lhes deram permissão de rezar só na parte exterior, já que a parede interior faz parte do recinto das mesquitas.
É interessante que em Jerusalém estas religiões sempre conviveram; hoje em dia aquilo que Deus uniu está muito dividido pela política. Mas há coisas que não mudam: quem continua a ter o encargo de guardar a chave da igreja do Santo Sepulcro e de a abrir e fechar diariamente são os muçulmanos também. Isto porque os Judeus, Católicos Romanos e Cristãos Ortodoxos não se entendiam em quem a devia conservar. Esta igreja é, lá dentro, um puzzle de credos. E como os Muçulmanos não se sentem envolvidos...fantástico.
Menos fantástico é um facto recente: o Shabat, que é o fim de semana judeu, é à 6a e sábado. Para os muçulmanos 6ª é o dia sagrado. Eles antes iam rezar a estas mesquitas. Hoje em dia estão fechadas pelo governo israelita, rodeadas de soldados armados, com detectores de metais, enfim...caminhamos para trás. Por isso não as vi, tive mesmo muita pena de ter perdido um santuário desta importância.
Um poeta israelita que não apanhei o nome dizia que a cidade de Jerusalém era unida pelos seus telhados (panorâmicos) e dividida pelos seus habitantes.
Tenho muitas outras coisas para contar acerca destes lugares... doucement.
Shalom (significa paz em hebraico), noor
1 comment:
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