Eu absorvo tudo o que posso, o que não é fácil, já que a oferta tem sido tanta e tão diversificada.
Foi a Experimenta Design, que além de nos revelar mais um palácio fantástico, o dos Brammcamp, ali para os lados da Rua da Rosa, misturou Vista Alegre com artistas de graffiti (bem perto da Rua de O Século), nos ofereceu um novo projecto para o Jardim de Santos, e trouxe Design da África do Sul, Índia, Reino Unido e Portugal (no Museu do Oriente) além de projectos tangenciais desenvolvidos pelos nossos Designers.
Foi a Galeria Filomena Soares, que nos trouxe a dupla fantástica Dias & Riedweg, com projecções de vídeo espectaculares. Os artistas usaram Lisboa para continuar o seu mais recente trabalho, que mistura cidades tão diferentes como Nova Iorque, Bruxelas ou Lisboa e mais cidades se seguirão (ainda está aberta ao público, não percam esta exposição da dupla do Rio de Janeiro cujo trabalho foi mostardo nas mais prestigiadas bienias de arte de todo o mundo).
Mas o que quero dizer aqui é ainda uma outra exposição a não perder: "Encompassing the Globe", no Museu de Arte Antiga (MNAA) até ao dia 11. Vão depois de votar, ok?
Lá, pasmem-se, está um atlas pintado à mão de enormes dimensões, todo decorado a ouro; peças lindas em forma de camelo, avestruz, ou ouros animais fantásticos que, sabe-se lá porquê ou como, se encontram em prestigiados museus da Alemanha, Inglaterra ou França, e todo o Ultramar português está representado. Tem uma secção da Índia, outra do Sri-Lanka, outra do Japão, outra de Macau, outra da China, Brasil, África Portuguesa...se gostam de viajar pelo mundo e pelo passado, vão ver.
A EPAL fez um apoio mecenático ao MNAA e recuperou a famosa Custódia de Belém, que brilha em todo o seu esplendor. Eu tive direito a entrada livre :)
Estive este ano todo maravilhada a ver exposições em todo o lado; este foi o ano das capitais da Europa. Foi Londres, Madrid, Amesterdão, Budapeste e Viena. Agora vou a Istambul, Tbilisi e Jerusalém. Em fins de semana prolongados pode ver-se muita coisa.
Estou fascinada com a ideia de ir a Istambul com o Mestrado ver a Bienal de Arte mas também ver a cidade que divide a Europa da Ásia. Dizem que é linda, diversificada, multicultural, multiracial. Jerusalém também me está a empolgar, por ser sagrada, por ser um enclave de civilizações e representar o berço das três religiões reveladas (Cristianismo, Islamismo e Judaísmo).
Claro que vou contar a viagem! Vamos ver como é o acesso à internet...
É um encanto estar em Lisboa quando nela se concentra tanto conhecimento.
Basta aproveitar. É o que tento fazer. Além de ver o que há, gosto de mostrar o que temos, o que somos. Todos os estrangeiros que vieram a Portugal este verão e me contactaram viram o Aqueduto das Águas Livres, um pouco da cidade que se desenvolveu em redor de um estuário de água salgada, e a todos mostrei coisas variadas como o Cabo da Roca, Sintra, Évora, Comporta, Tróia...
Acredito que temos cultura demais. Por isso a desperdiçamos.
Eduardo Lourenço falou de um complexo identitário português que nasce de um excesso de identidade. Este excesso inferioriza-nos porque vivemos na saudade de um passado largamente mítico.
Deixo-vos a voz da Cesária com a "Sodade"
Esta é definitavamente, uma rentrée! E há muito muito mais.
Salaam, noor
1 comment:
Sem dúvida que, continuamos “a viver” à sombra de um passado mítico e com medo de sair..
Abraço,
CR/de
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