Wednesday 1 November 2006

indo news 8 - episódio 4

Último destino desta viagem: a cidade de Malang, 2ª cidade de Java Oriental... depois de Surabaya, a 2ª maior do país.
Malang é uma cidade linda, linda! Uma das meninas que mora comigo, a Sónia, viveu lá há alguns anos e só me disse bem.
Disse-me que era muito mais fresca que Yogya, à noite é preciso um casaquinho...



A Rosana só dizia que se tinha enganado na cidade...é que ali se sente uma tranquilidade diferente, uma atmosfera colonial encantadora...tem muitas fachadas de
gosto colonial holandês, muitas árvores enormes a fazer sombra, ao ponto de ser agradável de a
caminhar. Adorei Malang!

Descobrimos à noite uma pastelaria/mercearia que fazia lembrar o SALOIO do Estoril, tal a qualidade dos produtos...um encanto.

Acordei de manhã e enquanto o Juan, o Martin e a Rosana se arranjavam, consultei a minha Bíblia de Viagem e fui fazer o que havia para fazer.
Fui ao Mercado das Flores - Pasar Bunga - onde vi flores lindas. Muitas rosas, muitas hortênsias, buganvílias e, para meu espanto, muitos BONSAI.

De volta ao Hotel, saímos todos juntos para fazer um percurso de templos. Há uma grande concentracção ao redor de Malang. Num dia, vimos 3 dos sítios arqueológicos mais fascinentes da região. Sem saber, fizémos até na melhor ordem. Porquê?

Passámos a manhã em Singosari; na hora de muito calor estivémos em Sumberawan, que tem uma nascente de água!! uma água limpa, fresca, leve...

Molhei a cara e que fresquinha fiquei! Bebi a água, tão leve, tão boa!

Mas não tomei banho...o Martin sim, porque é criança. Por muito que me estivesse a apetecer (e estava de biquini vestido) não pude ir...nenhum adulto o fez.

Terminámos no templo de Jago (incrível como foi tão perfeito!!), onde se via um pôr do sol fabuloso!! Se tivesse sido programado, não tinha corrido tão bem.
Toda a viagem foi feita assim!

Os templos de Singosari são sobretudo templos funerários dedicados aos reis da Dinastia de Singosari (1222-1292 d.C.). De carroça fomos até às figuras gigantes de dwarapala (guardiãos
contra os demónios). Tão impressionantes! Enormes! Sorridentes!


A 200 metros fica o que resta do templo. Adorei o facto de estarem a rezar. Havia muita gente a visitar o local, especialmente indonésios.
Mas ver, presenciar os turistas Hindus a rezar, ao som de campainhas, foi deveras delicioso..
Este templo teve, em tempos, uma estátua GANEISHA famosa (no guia diz estar de volta a Jakarta), mas que me garantiram estar em Amesterdão...coisas...

Depois, o Templo de Sumberawan. Lá fomos nós, de novo de minibus, muito apertados...
Um mini-bus com capacidade para 8 confortavelmente sentados, levava sempre pelo menos 15, 16 pessoas... A Ásia tem tanta gente, a Indonésia é o 4º país mais populoso do mundo.

Há um caminho pedestre que nos leva ao templo...do lado esquerdo, campos de arroz, do lado direito o curso de água...fresco, um encanto.


O templo data de 1359, é pequenino mas o local merece merece mesmo uma visita: perfeito para descansar um pouco, beber uma (ou mais!) concha de água limpa, almoçar um RUCAK, um MIE
GORENG
ou SATE.
Havia mangas a venda, foi aqui que comi a manga à moda do Equador...não fui muito bem sucedida, porque ninguém o faz bem à primeira.
O princípio é o mesmo de uma pasta de dentes: com os dentes trinca-se a casca para abrir uma cavidade do tamanho da nossa boca; massaja-se a manga sempre no fundo e...o sumo vai saindo. Assim não é preciso descascar, nem se fica com fibra nos dentes!
Os indonésios nem queriam acreditar no que estavam a ver...

Mais um. Já estávamos a pensar não ir. O Juan disse: eu por mim, vou a todos.
Ok, vamos..mais um minibus, este de longo percurso.
Candi Jago (candi é o mesmo que templo), o mais famoso da região, porque é totalmente decorado.
E que sorte, dali via-se um por do sol ladeado pelo monte Arjuna (Gunung Arjuna).
Este foi construído em 1268 d.C. para ser memorial do 4º Rei de Singosari, Vishnuvardhana.


Enquanto víamos o pôr-do-sol, uma mesquita começa a chamar os crentes.
Depois outra. E outra. E outra...no fim, eram 6!
Que confusão, que país híbrido este! A olhar um por do sol ladeado por um monte que tem um nome Hindu, sentados no cimo de um templo Hindu, a ouvir 6 mesquitas...oh, i wish
i was a camera man...


De volta a Malang, fomos ao Templo Budista Eng An Kiong, o templo dos budistas chineses que vivem na cidade...bem, os de Macau são muito mais bonitos.

Este era um pouco kitsch para o meu gosto...mas eles quiseram ver e eu assim pude mostrar-lhes um pouco do budismo que conheço melhor, que é o chinês.

Expliquei-lhes alguns dos símbolos (o que sei, q não é muito...) e comprámos aqueles papéis lindos que têm folha de ouro (!!) e aqueles incensos que caem em espiral.
Já não sabia onde estava, mais uma vez...

O último dia da viagem foi na cidade; havia mais lugares para ver (uma cascata e furnas...) mas, curtos de dinheiro e cansados, ficámos em Malang.
Depois do Ramadão terminado, comer é uma festa! Há de tudo! É uma viragem de 180º depois daqueles dias de calor em que se vive em sacríficio...

Estivémos no parque central da cidade. A Mesquita fica numa das extremidades. Ainda não entrámos em nenhuma. A Rosana disse: "vamos".
Eu disse-lhe, acho que não vamos conseguir entrar...pararam-nos logo!, porque eu e a Rosana tínhamos os braços descobertos e o cabelo à vista!

Bem, passando a frente...fomos almoçar ao Bairro Chinês, não longe do templo. Entrámos num tasca limpa, limpa.
Tentámos pedir, mas sem sucesso...um cliente falou comigo e eu disse-lhe que não percebia nada do menu... e que também sabia um bocadinho de chinês..
Chamou o dono, que veio ter comigo a falar em cantonense! passados 8 anos de não falar nada, misturei indonésio e chinês!
O meu cérebro já estava todo baralhado..bem, para terminar em beleza, fui às origens!

Esta viagem foi como uma volta ao Mundo!

indo news 8 - episodio 3

23.10.06

1000 metros, onde tirei a primeira fotos. pensei que estava na Américado Sul. Há muitos anos li a Profecia Celestina;o 3º capítulo era passado numa floresta densa, de montanhasaltíssimas, vales profundos, no Peru.Assim, depois de ter saído de África, subi às montanhas do Peru...tudo na indo.


1200 metros de altura: mudança de temperatura. Estamos na Primavera.

1300 metros de altura: começam a ver-se as flores do Natal, aquelaflor vermelha linda, nunca sei o nome.

2000 metros de altura: o nosso hotel, Yochi´s House. chegámos porvolta da uma da tarde. É lindo, lindo, encantador.Há hortênsias, rosas..Para desprevenidos como nós, até casacos deinverno tem para alugar.Passeámos na vila, que é totalmente diferente das vilas que vi atéagora na Indonésia. A partir das 4 da tarde...que frio! A Rosana teve a feliz ideia decomprar umas meias...havainas nos pés cobertos com meias..


Acordámos às 3 da manhã, preparámos torradas para levar para o monte..noite cerrada. Subimos a 2770 metros de altura, num Jeep....as únicas luzes que seviam àquela hora eram as dos jipes, todos em fila indiana,desta vez era mesmo sinal de civilização...


Chegados ao topo, há imensas lojinhas a vender cachecóis, gorros, anoraks...que frio! estavam cerca de 4 graus...


Estava tanta gente! Japoneses, muitos; ocidentais, alguns; indianos, muitos, e tb muitos indonésios e malaios. Neste lugar vê-se o nascer do sol, o monte Bromo (2392m) em actividade e o Monte Semeru (3676m), o mais alto de Java.. é a foto de postal, típica. Este monte Semeru é único: de 30 em 30 minutos expele cinza...é mesmo verdade!

É um dos vulcões mais activos de Java;o mais activo é mesmo o que abraça Yogyakarta, o Merapi...que continua activo...Depois desce-se ao sopé do Bromo.

O Monte Bromo não é o mais espectacular, nem o mais alto de Java. Mas é sagrado: os únicos hindus que sobram em Java, refugiaram-se a esta altitude quando foi a ocupação muçulmana no século XVI. Por isso é que há um templo Hindu no sopé do monte. Eram 4.30. Subimos os 253 degraus para chegar ao cimo do Monte Bromo.


Manda gases constantemente: o ar é irrespirável, tóxico. Em 5 minutos, habituamo-nos ao ar.. Os habitantes desta região são escuros, têm um ar de montanha. De repente olhei para o horizonte e pensei: ESTEPE.


Parecia que estava na Sibéria, nos montes Afegãos, Paquistaneses...sei lá. Tudo poeirento, areia vulcânica fininha, pessoas coloridas. National Geographic Channel? Quem disse que a Indonésia era praia, surf e calor? Enganou-se...Que frio! Depois do sol nascer já se sente um calorzinho.



De volta ao hotel, a 2000 metros de altura, já se está bem de manga curta. A Rosana diz que a sua cidade, Cuenca, no Equador é assim: está sempre sol, mas como se está nas montanhas, o clima é seco e não transpiramos. A latitude dos dois países é a mesma. O Equador deve ser um lugar lindo: Galápagos, montanhas e ainda parte da selva Amazónica! Diverso, como a Indonésia.
_____________________________________________
Não sei contar a quantidade de vezes que me esqueci que estava na Indonésia, tal o efeito surpresa desta viagem.

Tudo sem programar..correu tão bem.

Conhecemos alguns turistas que fizeram o circuito clássico:Yogyakarta-Bromo-Bali e outros que fizeram Bali-Bromo-Yogyakarta.

Yogyakarta costumava ser ponto de passagem obrigatório numa viagem à Indonésia. Mas o turismo caiu imenso desde os atentados de Bali, o terramoto e tsunami deste ano. Por isso agora, disseram-nos estes turistas, parecia uma cidade fantasma (é preciso ver tb que estávamos em férias de Ramadão e muita coisa estava fechada, muita gente estava fora).Vieram cá para ver Borobudur e Prabanan e coitados, ficaram à porta de Prabanan. Só para terem uma ideia, actualmente um dia bom em Borobudur tem 40 turistas; antes um dia normal tinha 400!

Os americanos que conhecemos vieram de férias à Indonésia para fazermergulho: foram a Norte de Sulawesi, dizem que foi o lugar mais bonito que viram, so far...Vinham agora a Yogya e depois iam back to the States. Os americanos são tão engraçados: nunca dizem que são americanos,dizem que são de Ohio, California, Massassuchets...ou então dizem que são Canadianos, por medo de serem mal vistos.


já mando o último..eheheheh...té já

Saturday 28 October 2006

indo news 8 - viagem a Java Oriental, episódio 2

22.10.2006

ÁFRICA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Amanheceu o dia, estou no Parque Nacional de Baluran, nordeste da Ilha de Java. Estou numa savana. Incrível! As árvores aqui têm os topos planos, tal e qual como na savana que vi em África.

Nesta viagem ao leste de Java já é a 2a vez que a natureza me lembra África (...) mas neste parque até a montanha que se vê se parece com as montanhas de Nampula. No guia LONELY PLANET, lê-se que este parque é a "INDONESIA'S LITTLE AFRICA". Nada mais certo. Até o calor que sente é igual...(seco...)

Na torre via-se uma paisagem sem fim, savana africana a perder de vista, até ao mar. Este parque tem praia! Uma savana que acaba no mar, onde há uma reserva de coral...lindo, fui a nadar, a fazer snorkle para ver os corais multicolores: verdes, roxos, amarelos; peixes
brilhantes (muitos!!!! - banyak), estrelas do mar - vi uma azul enorme, linda!!!! Bem, é de visitar...

Aqui há fogos naturais. Ontem à noite, no caminho, vi luzes, muitas luzes e pensei que era um lugar habitado (sou tão urbana, credo...).
Mas não, quando passámos perto, eram pequenas fogueiras. Não alastra, disse o condutor; não há perigo...

Ultra completo: savana, reserva de coral, montanha...mas sem animais.
Outrora muito visitado, está super abandonado, mas tem um potencial imenso. Disse-me um dos funcionários que em noites de lua cheia esta praia é linda....acredito!

______________________

Esta sensação de estar em Africa foi mesmo verdadeira: este parque é tão interessante como o Kruger Park, na África do Sul. Não vi animais quase nenhuns porque havia obras no parque....deviam andar por ali para virem beber água, mas foram para bem longe, na savana.... é pena não os ter visto. Tem, em relação ao Kruger, a vantagem de que podemos
dar um mergulhinho refrescante e ver corais!!!

Uma coisa que nos preocupou nesta viagem foi o facto de haver muito lixo plástico em todo o lado... na praia de Lombang, onde fomos com os nossos amigos, eu e a Rosana recolhemos lixo para um saco de plástico enquanto os indonésios nos olhavam estupefactos... e ela só dizia que
eles não protegem o ambiente. Eu disse à Rosana: proteger o ambiente é coisa de Europeu, porque não o tem quase!!!! E de Equatoriano, porque tem aquelas lindas Galápagos, super protegidas..

Nunca pensei, mas as Galápagos são mesmo muito protegidas: parece que podem receber uma média de 100 turistas mensais, é preciso autorização... para bem do ambiente! Enquanto descobrimos Java, a Rosana vai falando do país natal...que deve ser divino!!! Ensinou-me a
comer mangas à maneira de um equatoriano...

Havia 3 parques naturais nesta zona...escolhemos este...na viagem que vamos fazer a Bali, vamos alugar um jeep e vamos ao que fica na extremidade oposta, no sul de Bali. Chama-se Alus Purwo e é la que fica a onda G-Land, que falei num email...tambem deve ser um parque
lindo, mas muito mais visitado, porque é um saltinho!

Estar na Indonésia e de repente pensar que se está em Africa...e mesmo incrível!

beijinhos, noor

Friday 27 October 2006

indonews 8 - viagem a Java Oriental, episodio 1

Cheguei a Yogyakarta ha escassas horas...de dia 15 a ontem andei apassear em Java Oriental com a Rosana, o filho Martin e o Juan. Depois de nos apercebermos que o ritmo das aulas ia abrandar ainda antes das ferias de Ramadao, resolvemos partir....sem destino!
A Rosana disse-me que queria ir a praia....eu perguntei porque nao vamos a Madura? o Juan esta em Bali e vai voltar por terra, podia ir la ter connosco. Dito e feito. Fomos. Vim deliciada: estive em lugares fantasticos!
Fizemos a viagem toda ao sabor do momento, consultando a Biblia de Viagem: O LONELY PLANET INDONESIA, um livro que diz na contra-capa ser 101% essencial...e mesmo!
Em 11 dias estive numa Savana Africana, numa Estepe, num vulcao, a fazer snorkle e a ver corais multicolores, numa praia deserta em Madura que parecia Chocas em Mocambique, numa praia linda, tambem em Madura, que lembrou Winbi em Pemba, tb em Mocambique, numa cidade holandesa linda, Malang, linda, cheia de arvores, jardins cuidados e pastelarias optimas, estive no frio(!!!!)-quem disse que na Indonesia nao faz frio?????????
Como sao muitos episodios e muitas fotos, tem de ser feito devagarinho.... Mas digo ja que Jawa Timur (Timur significa Leste) e Indah Sekali (muito bonita). As fotos mando quando as diminuir, sem pressas! Temos muitas, lindas de morrer!
Nesta viagem sem destino, fomos olhados como ET's variadas vezes. Havia algumas pessoas que nao se coibiam de nos olhar, MESMO!!!! Tipo fixamente! So rir, ainda para mais duas mulheres com uma crianca! O guia Lonely Planet diz que NAO SE DEVE EM CASO ALGUM VIAJAR NA SEMANA FINAL DO RAMADAO...olhem so o que nos fomos fazer! Mas correu tudobem! Toda a gente me disse para ter cuidado...toda a gente mesmo.
Madura e uma ilha no Leste de Java, de onde vem um batik famoso, mais despojado, florido e colorido...por isso me agrada. Dali pode ir-se de ferry para Java, e chega-se a uma zona muito proxima de Bali. Era a viagem de Natal, mas assim, ja esta feita e ainda bem. Deveria ser feita antes das chuvas, que vao comecar agora...que sorte....tudo sem planear, pelo prazer de passear...ferias para que???? estamos na Indonesia, nao?
Um episodio intrigante deu-se no dia da viagem. Depois de um ferry Surabaya-Madura em que eramos os unicos ocidentais e fomos super-olhados, apanhamos o autocarro para atravessar a ilha de Madura. Toda a gente olhava para nos de uma forma estranha...um pouco antes das 6 da tarde comecaram a entrar vendedores com aguas geladas, todos compravam... e estavam a ficar nervosos, nao ha duvida! Quando perceberam que ja podiam romper com o Ramadao, todos beberam agua desalmadamente, alguns cuspiam de seguida a agua que punham na boca! Que horror! E que durante aquelas horas nao se pode por nada na boca...nem uma pastilha para o mau halito.
A cidade que nos acolheu Sumenep e um pouco primitiva em relacao aoutras zonas de Jawa, nota-se que nao estao tao acostumados a turistas... mas tem as delicias da Indonesia autentica! Praias selvagens, virgens, mares intocados...e algum desconforto... As praias aqui lembraram-me as de Mocambique pela paisagem linda de morrer, pela agua fabulosa e quentinha, pela areia fina que parece po.... e pelo facto de nao serem usadas pelos locais...os muculmanos nao gostam de praia, nem tao pouco compreendem porque um branco quer apanhar sol...
No entanto, nesta cidade conhecemos uma familia muito moderna, muito a frente.... super queridos, levaram-nos a praia de Lombang, a primeira que fomos. Eramos nos os 3 (o Juan andava a fazer o percursoBali-Madura) e mais 4 indonesios. Os dois homens ficaram todo o dia a fumar um kretek atras do outro na sombra, embora estivessem a fazer o Ramadao (disseram-me que eram modernos, imagine-se!!!!) e as 2 meninas tomaram banho, mas vestidas, para nao escurecer a pele! Achamos que foi tao duro para eles que dois dias depois fomos a Slopeng sozinhos, ja com o Juan, de mini-bus.
Mas a beleza destas praias e qualquer coisa...lindas! E os corais quese apanham na beira mar, lembraram-me tanto os corais de Pemba! Apanhei um coral em forma de coracao e tudo! A natureza e de facto generosa..
Jantamos com eles no dia antes da praia. Eram 5.50 e ninguem podia comer, beber ou fumar...estavam todos a fazer o Ramadao! Mas os homens nao obecederam. A lider da familia e uma mulher super moderna. Depois da hora fumava, fumava, fumava...eu so lhe dizia que assim o Ramadao nao fazia sentido...
Perguntaram-nos se estavamos sozinhas. Dissemos que tinhamos o Juan, que vinha ter connosco. Que vinha de Bali. Perguntaram logo a Rosana: mas deixa o namorado sozinho ir a Bali,onde ha tantas mulheres bonitas??? Nos rimos, dissemos que se pode confiar no parceiro, que ha lealdade entre parceiros. Bem, acharam o maximo! Deixar um homem sozinho e estar tranquila! E assim, temos demostrar que os catolicos tem valores, nao?

Slopeng tem uma mesquita lindissima, um cemiterio real que mais pareceuma igreja catolica colonial, e uma cidade limpa, sossegada, exceptonos 10 minutos que antecedem e sucedem o Ramadao: fica irreconhecivel!
Uma coisa que adorei foram as pessoas de idade: sao lindos, lindos!Vestem-se todos de modo tradicional: eles com um sarong e uma camisade gola a Mao; elas com sarong, cabaia e cinto! Tao requintados, descalcos! As geracoes mais novas, ao contrario, vestem-se de uma maneira que nao tem graca nenhuma...
Por hoje e tudo...amanha mando as fotos do episodio no1...
Beijinhos

Tuesday 10 October 2006

indonews 7: primeiro estranha-se, depois entranha-se....

estou com tanto para escrever, já lá vão uns dias....

no início odiei a Indonésia, tive uma adaptação difícil até por causa da cidade para onde ia, que parece que vai cair a todo o momento..então vir a Bali era o meu consolo: casas de banho normais, chuveiros (!!!!), árvores, pessoas com ombros à mostra, saias curtas, e sobretudo, LAÇOS FAMILIARES e AMIGOS COM A GRANDE...trouxeram-me aqui 5 vezes....

Desta vez, já não precisaria de vir.... o meu consolo já não é necessário.... aprendi a amar Yogya....foi difícil!
Primeiro estranha-se, depois entranha-se...mas que bom tem sido gozar estes laços familiares mais uma vez!

eu não vinha fascinada com os batiks de Yogya /Solo, que consistem nos batiks reais.
O Amir Rabik disse-me logo qd lhe disse que não gostava assim tanto dos motivos que isso era porque ainda não sabia apreciar....ele estava tão certo...
Quando estive em Jakarta com a minha irmã e conheci a Mimis Katoppo e o marido, Tides Katoppo, fomos ver uma exposição ao Museu Têxtil de Jakarta sobre batiks das cidades à beira-mar, que são diferentes...
E além destes, há os da Corte...que são os de Yogya.
Mas eu adoro cores e estes têm unicamente castanho, azul, branco de fundo e preto....
quando olhamos para um batik de Madura, vemos rosas, vermelhos, verdes vibrantes e muitas flores...

Agora decidi, tenho de fazer 3 exercícios para a escola: vou fazer um de Yogya e um de Madura!
O outro não sei...last week of Ramadan, HOLIDAYS!!! vou fazer uma viagem em Java com a Rosana para ver o batik!
desta vez vamos para o lado esquerdo, CIREBON, PEKALONGAN, SOLO,
LAWEAN e BANDUNG... Java é do tamanho de Portugal!!

A nossa casa está sempre cheia de indon]esios...somos uma atracção!
Aparecem sem avisar, ao ponto de trancarmos o nosso portão de entrada para termos alguma privacidade!!!
Tivemos de começar a ser comichosos...
No outro dia éramos 30 lá em casa! As minhas companheiras da República Checa fizeram uma comida tradicional adaptada aos ingredientes disponíveis e tivémos uma jantarada em casa.
Querem sugerir um prato portugues para eu fazer?? Faltam-me ideias...aqui n há bacalhau...
e n tenho saudades da comida portuguesa, portanto...

Conheci artistas da minha escola, convidaram-me a ver as exposições que fizeram, a ver os estúdios onde trabalham..
E alguns deles são de Bali, portanto hindus e preferem Yogya... dizem que é muito mais cultural, muito mais poética.
E de novo, em Bali....penso que até ao Natal vai ser a última vez, porque agora quero viajar para ver o Batik.
Mas aqui mais uma vez, o conforto, os hotéis lindos, a cada esquina...

Fui novamente a Ubud e depois de alguns quilómetros de estrada, começamos a entrar na natureza...abre-se o vidro e ouve-se os passarinhos, os grilos, e animais exóticos...dorme-se com o som que produzem, acorda-se com os galos, com pássaros variados, com sons estranhos mas lindos, desconhecidos para mim.
Respira-se um ar perfumado das árvores...não há qualquer poluição, de qualquer tipo.

A mãe do Amir, uma senhora linda, preparou uma sobremesa dari Madura (de Madura) óptima.
Tenho a receita comigo... foi uma missão autêntica escrever em indonésio como fazer, porque o meu indonésio continua fraco. Comprei um dicionário e vou traduzi-la para depois a fazer para a família, no regresso..vão adorar, é fresca do coco, doce da banana e do açúcar que tem. Leva pão ovos, cravinho e mais umas especiarias exóticas que não sei o que são...
Serve-se fria. Simplesmente divinal, asiática!

Aprendi a comer com as mãos na última vez que cá estive...em Bali, come-se com as mãos, mais do que em Java, onde não assisto a tal coisa.
Tem técnica: mistura-se os ingredientes no arroz que aqui é massudo, e com o polegar faz-se um gesto de atirar a comida para dentro da boca.
Não me choca nada; as mãos foram com certeza o primeiro garfo de todos nós. Não tenho grande talento para a coisa, mas vou apanhar o jeito!

Bom, por hoje é tudo, até já docei a boquinha de todos vós! Vá, relembrem-me o que fazer para os indonésios, please help!!!
Açorda? Não consigo lembrar-me de mais nada....não tenho saudades da comida!

Beijinhos, cium-cium, noor

Thursday 28 September 2006

indonews 6 - Praia !!!!

alo...como está o tempo em Portugal? aqui na Indonésia nunca se faz esta pergunta...o tempo está sempre igual! a humidade aumenta, já estamos a ficar próximos da época das chuvas, mas até ver em yogya, não pingou nada.
e era bom que pingasse, o ar é irrespirável, porque as demolições continuam, e o piso é de terra vulcânica, negra e fininha

o Ramadão traz algum transtorno: os restaurantes baratos estão todos fechados, só de noite...
então temos de nos alimentar em hotéis e em casa. o engraçado é que se vende muita comida pela rua fora..
e vê-se muita gente a quebrar o jejum... é verdade, o jejum não é de comer, é de beber também!!!
e não se pode fumar, mas fazem tudo..não sei como pagam os pecados, mas fazem tudo o q n e permitido

esta tem sido a primeira semana seria de aulas...apesar do Ramadão ter
começado e estar muita gente de férias.
hoje, depois da aula de ornamento 1, estava no bar da escola a almoçar com as minhas colegas (este não fecha c o ramadão, ehehe) e de repente, um ESTRONDO! caiu um prédio da escola... que susto

estive em bali de novo, e tenho tido sorte, evitei dois tremores de terra em yogya... nem toda a gente sentiu, mas houve..

praia! que saudades! bem, que bem que me soube ver o mar, nadar, apanhar um solzinho!
é complicado em yogya não haver praia nem aulas porque cada dia está mais calor...está a ficar muito calor...
houve um terramoto nas flores enquanto estava em bali, n s sentiu...
parece que houve uns atentados na tailândia e um golpe de estado????
foi o q m disseram os italianos que conheci, enquanto almoçávamos, junto à praia... aqui vou sabendo das coisas quase acidentalmente..
que prazer estar ao ar livre, em Bali pode respirar-se ar puro...desta vez fui a Ubud...que lugar lindo!
é uma aldeia nas montanhas de Bali onde existe uma grande concentração de artistas.
Ubud tem uma floresta tropical densa, e é certamente uma das aldeias mais bonitas de Bali.
é assim como a sintra no nosso pais, uma vila linda, linda.. templo, galeria, templo, galeria, museu...
Mella Jaarsma, em Yogya disse-me para ir ver o museu de arte em Ubud.. fui e adorei.
O Amir Rabik disse-me para ir ver o templo Sagrado dos Macacos, o mais
famoso de Ubud, e lá ia eu quando Gede, um indonésio, se ofereceu para me acompanhar e para ser meu guia... pronto, aceitei.tivemos de nos vestir a entrada do templo para estarmos em condições de entrar. e que giros, os dois de verde e amarelo!os macacos andam por todo o lado mexem em tudo... não largavam a minha
mala, eu só me ria
da próxima vez o Gede disse que me leva ao vulcão, que fica a uma hora dali e onde, segundo ouvi, num dia limpo, se vê a ilha toda.

descendo a ilha outra vez, no sul da ilha de bali fica o lado do surf, uma cultura que traz aqui muita gente, como sabem.
toda a gente vem a procura do mesmo: das ondas, dos tubos como eles dizem.. nunca tinha percebido alguma da magia do surf.
é uma cultura lindissíma, saudável, de gente que acorda às 5 da manhã para pegar a onda, se a maré estiver propícia a essa hora.há muita gente que aparece em Bali única e exclusivamente pelo surf.
conheci muitos brasileiros, muitos! para meu espanto, todos sabiam falar inglês e encontrei uns quantos portugueses. gente gira, dinâmica, que percorre a indonésia de ilha em ilha a apanhar a onda famosa de cada lugar... o Zé e o Bernardo, de Lisboa e o Paulo, do Porto
chegaram a padang-padang, vindos de Sumbawa e conheci-os..
Padang-Padang é uma praia pequenina, linda, que liga a Bingin, a Dreamland, onde tambem já fui uma vez.parece que as formações de coral fazem a onda perfeita; enquanto em Portugal as ondas se formam por cima de areia, aqui formam-se por cima do coral..
não há bela sem senão, no coral a malta corta-se nos pés, na cabeça (ui, so de pensar, dói..), nas pernas... não há surfista que não tenha o corpo arranhado! contaram que viram em G-Land, na ilha de Java, gente a surfar com capacete!!!

ainda fomos ver a vila da prata em Bali, Celuk. para regalar a família, mas chegámos tarde. devem estar quase a partir para Portugal.
vieram a Indonésia de férias, o Bernardo esteve ainda nas Maldivas...
diz que as Maldivas é lindíssimo, extremamente calmo, como nos pintam nas brochuras das agèncias de viagens..

Bali tem tudo: vida nocturna, bons restaurantes, vilas pequenas, arrozais, praias, um mar azul, turistas, comércio, e até ver, não tem tremores de terra!

Está feito para o turista; umas horas na praia são suficientes para nos trazerem pulseiras, pratas, nos perguntarem se queremos pedicure, manicure, massagens, pinturas, tatuagens provisórias e definitivas, camisolas, sarongs, tudo! Aqui em Yogya perguntam-nos sempre se queremos dar uma volta de becak, uma espécie de riquexó, muito típico e que acho que foi a única coisa que tive saudades de Yogya quando estive em Bali!

já tenho saudades da praia...tenho de voltar eheheh

Só para rematar, queria dizer que estas fotos são um apontamento para ver se me visitam... a Noor que aparece na foto era a senhora que me alimentava na praia de Padang-Padang...quando lhe disse o meu nome, ficou toda feliz!!! assim tem muito mais graca!
beijinhos

Sunday 10 September 2006

Noor, dari Portugal...eheheh

Alô a todos, assim que aqui cheguei mudei de apelido, de Guilherme passei a Veiga, porque é mais fácil.... mesmo assim, estava decidia a mudar de nome, para uma versão mais simples... ninguém consegue dizer Leonor, sou sempre Leonard!!!!!! e odeio! lol, faz-me rir, mas tinha de
acabar com isto.

Tentei muitas vezes com pessoas uma nova forma, mas sem sucesso...

Nora é bonito, mas norak é uma palavra muito próxima e quer dizer qualquer coisa como parolo, não sei bem... Leo está fora de questão...
então no outro dia finalmente cheguei ao meu novo nome! Noor, que é Leonor em árabe! O meu professor de máscaras javanesas ficou impressionado... por causa do significado. Mas é daí que vem o meu nome, do árabe, Luz de Deus. entonces, em terras muçulmanas, fiquei Noor. E o mais incrível é que foi com a ajuda de uma católica! Agora sou Noor Veiga...ehehe

Tenho andado a ver artistas de todos os tipos, anteontem, por acidente, passei com a Rosana no atelier do artista Slamet Ryianto, que desapareceu no terramoto e encontrei-o. já conhecíamos o
trabalho... e tínhamos adorado! Ele imediatamente convidou-nos, a mim e à Rosana para almoçarmos com ele no dia seguinte. Estivemos a ver como trabalha, é mesmo um artista com uma obra interessante, porque utiliza motivos tradicionais mas é totalmente abstracto! Vai dar-nos aulas daqui a uns meses, depois de termos alguma experiência.

Fomos visitar o artista Ardyianto, dos mais famosos de Yogyakarta. Mas este faz roupas lindas de morrer! É de outra área. Liguei-lhe, disse que Mimis Katopppo me tinha dado o seu número de telefone e de imediato me convidou a ir visitar a sua fábrica e casa. E também me
convidou para o seu aniversário, ontem a noite! E fui. Encontrei Linda Kaun, uma artista que já tinha ouvido falar, que tb pinta batik (pintura) e é ameriana, radicada na Indonésia. E mais umas pessoas que já conhecia.

Bem, a casa de Ardyianto é um museu: tem uma sala só para porcelana Ming! E outra só para arte tribal indonésia, outra só para ouros antigos, eheheh... tem muita pintura, ele próprio é pintor.. Eu não sabia bem o que pensar, nunca tinha visto nada assim numa casa
particular... Livros antigos, máscaras, arte neolítica... cabeças de budas, ganeishas, arte hindu... bem, fiquei rendida! e os batiks??
3 metros de batik, feitos TOTALMENTE À MÃO E COM PIGMENTOS NATURAIS demoram 3 meses a ser concluídos! É por isso que há lá alguns à venda pela módica quantia de 3000 euros.... É o Valentino cá da Indonésia..lolol

O Ramadão vai começar dia 23 e esta cidade vai transformar-se...dizem que é uma altura muito interessante, porque todos os restaurantes estão fechados e às 6 começam a celebrar a festa, comem, comem... sempre quis experimentar a experiência.

Hoje vou para Ubud, Bali, nas montanhas...dizem que é uma aldeia de artistas... Logo me lembrei de Monmartre... no outro dia perguntei à Mella Jaarsma, fundadora da Cemeti Art House se se podia pensar assim e disse-me que sim, que é equivalente.
Entonces, vou conhecer uma faceta diferente de Bali desta vez..

Eu e as minhas amigas vamos passar o Natal a Bali e o Ano Novo a Lombok, mas vamos de barco... passar em Madura, via Bali. Madura é das ilhas com batiks mais interessantes, daí a viagem.. e dentro de pouco tempo vamos a Pacitan, sul de Java com Slamet Ryianto, que tem lá uma casa.. diz que é das praias mais lindas desta ilha, mas desde os tsunamis os locais fogem dali e está deserta.. toda só para nós! E parece que há muito bom peixe, que bom!

São queridos, convidam-nos para tudo, integram-nos...só os professores de batik tardam em aparecer na escola. Enfim...já temos um professor particular. E vamos ter em princípio aulas de prata, uma das artes mais famosas da indonésia e em que Yogyakarta é a cidade mais famosa..
Bem, estamos aqui a pensar aprender o que houver para aprender.

Beijinhos para todos, noor

Tuesday 5 September 2006

memórias da indo 4

alô a todos, não tenho parado, daí que não dê notícias.
Acabou o curso de indonésio, as aulas já começaram, embora eu só comece amanhã. as minhas amigas ficaram todas tristes porque os professores faltaram.
Convenhamos que depois de termos procurado casa e encontrado (é linda, está inteira, sem rachas do terramoto!) e nos tenhamos instalado, ficar sem fazer nada, na Indonésia, numa cidade longe do mar (que pena...) não é agradável... mas estamos juntos e isso ja é bom e é isso que interessa.

Vou passar a escrever o que tinha preparado acerca de Borobudur e que, como não tenho parado, nem mandei. Faz tempo...peço desculpa.

23/8/6
antes de mais queria clarificar uma coisa: o templo de Borobudur está impecável, fica a noroeste da cidade de Yogyakarta e não foi afectado pelo terramoto de 27 de Maio.
É majestoso enquanto templo: representa o micro-cosmos, tem 10 níveis (do 1º ao 6º é quadrado, do 7º ao 10º é redondo) e ocupa uma área de 2500 metros quadrados. Possui 540 budas, dos quais muitos estão danificados: alguns não possuem cabeça, outros desapareceram . Foi outrora o centro espiritual do Budismo em Java, durante muito tempo não se soube onde estava, foi redescoberto em 1814. Já foi pintado!
Lembrei-me das cores dos templos budistas em Macau, Tailândia, etc, e perguntei-me se já teria sido pintado. Confirmaram que sim. Lembra os monumentos megalíticos que temos em Portugal, que também se sabe já terem sido pintados. Bem, é lindo todo preto, tal como está.

Tentámos ir ver o Templo de Prabanan, o templo Hindu mais charmoso de Java. Disseram que não era possível, porque o terramoto o afectou brutalmente ao ponto de não ser seguro visitá-lo...afinal era este e não o outro. Tem 3 torres, como viram na foto que mandei, dedicadas à trindade Hindu: SHIVA, VISHNU e BRAHMA. Tadito do templo...como ele, todo o lado leste de Yogyakarta sofreu bastante.

Tenho ido ao sul da cidade à procura de casa, visitei a Cemeti Art Foundation (recomendada por Shaeen Meralli durante a sua visita a Gulbenkian, em Julho passado) e a Directora, Aisyah Ilal, disse-ne que existe uma Yogya antes e outra pós-terramoto. Parece que o ambiente está um pouco deprimido, não tarda, estão a aperecer novas ideias, resultantes desta catástrofe...

Então, escrevo hoje de novo. Aqui acontecem coisas incríveis: como falo mal (se bem que cada vez melhor), quando falo um pouquinho, respondem-me logo como se fosse nativa! lol, são tão
engraçados...depois tenho de dizer SAYA TIDAK MENNGERTI (não compreendo). No outro dia, para praticar, perguntei no restaurante se tinham pão - ADA ROTI? (há pão?). Disseram que sim, ADA, ADA... então disse SATU ROTI (uma dose de pão). Veio um chá!!!???!!! Ele pensou que eu tinha dito HOT TEA!!! lol...

Moro no bairro Sul, numa vivenda em bom estado, somos 7 a dividir, 150 euros por um ano a cada um... tenho o quarto mais pequeno, mas mais bonito..eheheh...vamos doar tudo o que comprarmos às vítimas do terramoto de 27 de Maio (colchões, lençóis, toalhas de banho, panelas, pratos, aquecedores de água, esteiras...) para contribuir contra a miséria da regiao: 1 milhão sem casa....taditos....a viver em tendas, e vem aí a época das chuvas, ai, ai, doenças, epidemias...

Agora ando com a Rosana, do Equador a ver artistas; estou a fazer um trabalho de pesquisa para o mestrado acerca desta cidade. Estou próxima de algumas galerias, já que o meu bairro é a zona delas..

Tivemos uma linda tarde, mas depois conto, agora vou jantar e depois ver um show de Wayang Kulit (kulit=pele, ou seja 2 dimensões) com os meus companheiros de casa.

Beijinhos para todos, depois continuo, senão, não termino!

Saturday 19 August 2006

indonews 3

Alô a todos, escrevo de Bali, Ilha dos Deuses... na última vez que escrevi cometi o erro de dizer que ia ao maior templo budista do mundo. Não, esse é o templo que vou ver amanhã, o de Borobudur. Não sei ao certo, mas parece que foi um pouco afectado pelo terramoto de 23 de Maio deste ano. Estou deserta para ver aquela construção! Depois conto a sensação.

Não fui a Borobudur, fui antes ao templo de PRAMBANAN, que fica 12km a oeste de Yogyakarta. É considerada a construção Hindu mais bonita de toda a ilha de Java e é contemporânea de Borobudur, 800 a.C. Fui ver um espectáculo ao fim da tarde, fiquei com a certeza de que irei regressar para o ver de dia. O templo servia de cenário ao espectáculo, o Ballet Ramayana, cuja história hindu foi adaptada ao gosto javanês.
Sendo Yogyakarta o berço da cultura javanesa, este espectáculo foi, em 1961, promovido por Sokarno. Já lá vão mais de 40 anos, todos os dias actuam.. bom exemplo.
O cenário é mais do que bonito, os bailarinos, as roupas que vestiam, as maquilhagens, a orquestra... muito bonito. Quando viajarem até Java, já sabem que este templo é um lugar de passagem obrigatória.

Antes do espectáculo, fomos ver o KRATON, o palácio onde vive o sultão de Yogyakarta. A nível de turismo, c'est tout.

Tenho continuado a aprofundar os meus conhecimentos de Indonésio: já conto até 20, sei os dia de semana, consigo conversar um pouco com o taxista que me transporta de um lado para o outro, o BOBI...

Nas aulas têm acontecido coisas giras: tivémos um workshop de KECAK, uma dança que nos leva ao TRANSE...lol, foi tão engraçado, estávamos todos divertidíssimos, saímos de lá relaxados....
Aprendemos tb a fazer NASI GORENG KEJU (tipo Arroz Chao-Chao, com queijo), GADO-GADO, uma receita vegetariana com um molho de amendoim, piri-piri e açucar de palma no topo...e SATÉ grelhado (a esta confecção não assiti, mas comi, eheh).

Ainda tivemos na 4a feira um workshop de música. Como não é o meu forte, resolvi ir. Toquei com os meus colegas instrumentos tradicionais e o som que produzimos era ultra relaxante. Enquanto nós formámos orquestra, outro grupo bricava com as sombras javanesas, fazendo-as dançar ao ritmo da música.

Ainda arranjei tempo para ir ao workshop de Batik. Deu-me gozo, porque comecei do zero. Fiz um desenhito, adicionei as cores, da mais clara para a mais escura: amarelo, vermelho, verde (o verde aparece por reacção química, depois de ser aplicada uma solução clorídica
qq...PARECIA MAGIA, juro!), apliquei parafina (serve para fazer quebras!!) e depois novamente todas as cores (amarelo, vermelho e azul) para cobrir o fundo.

Agora estou em Bali, ontem fui a um BBQ com franceses que aqui conheci e que aqui vivem. É impressionante como o bom gosto francês faz maravilhas: o espaço é muito bonito, bem decorado, cheio de artesanato das várias ilhas, antiguidades lindas. O Roman, o dono do L'Empat
Belas
(empat é 4, empat belas é 14...) é uma pessoa curiosa, com um gosto sofisticado e adora a Indonésia.

Bem, amanhã às 6 da manhã volto para Java, para ir ver a grandeza de Borobudur com os meus colegas. Daqui a uma semana somos distribuídos pelas várias ilhas e cidades e cada um vai para seu canto. Com as amizades que fizémos, vamos passar o ano a visitar-nos mutuamente. A Indonésia de lés-a-lés é tão extensa como os EUA, mas as ligações de avião facilitam a mobilidade. Tudo o que se faz por terra demora muito.

Manda aqui as fotos daquele casamento que fui em Jakarta e do traje típico, em que estou lado a lado com os Papua Nova-Guineenses... foram a verdadeira atracção!


Beijinhos

PS vai sem foto do casamento, porque o limite é 1MB....

Sunday 13 August 2006

yogya e bali first impressions

Alô a todos, já sei que ficaram chocados com um erro ortográfico no último email...please don't take it so seriously, it can happen to everyone, mas enfim, passando a frente...

No dia 6 houve um evento muito giro, cada pessoa do seu país teve de vestir o traje nacional...acho que os romenos, austríacos tiveram uma coragem imensa em vestir os deles, já eu preferi um traje de Moçambique, o traje típico da mulher da Ilha de Moçambique, que por
acaso até dava para usar por cá... qual peixeira da Nazaré!!! Morria se viesse de minhota e diga-se, ninguém reparou... o engraçado é que ficava muito bem ao lado dos rapazes da Papua Nova Guiné, exóticos até dizer chega, cheios de penas nas pernas, cabeça, braços, e tronco nu,
coberto de colares feitos de dentes de marfim, um verdadeiro acontecimento... entretanto, todos mascarados, fomos ver LITTLE INDONESIA, parque temático mandado fazer pela dama de Suharto..depois fizemos uma viagem de autocarro entre Jakarta e Yogyakarta pela noite
dentro...dormi quase todo o tempo, mas sempre que o autocarro tremia devido às más condições da estrada, lá acordava eu mais uma vez...com a lua cheia a iluminar a beira da estrada... Espantou-me que quase não vi metro sem casa... não sei como aguentámos, chegámos a yogya todos rebentados.

Cá, instalaram-nos num complexo universitário de matemática, completamente fora da cidade... são precisas poucas palavras para descrever a casa de banho, mas deixo aqui uma incógnita, porque só visto!

Bem, no mesmo dia fui ter com a mana a Bali e que bem que me soube falar em português, se bem que esteja a fazer-me bem aperfeiçoar o espanhol que teimo em não conseguir falar com nuestros hermanos...
Bali, um paraíso... menos quente que Java, cheguei mesmo a sentir frio. Mas é de facto cosmopolita: fui ao Kudetá, um bar espectacular ver o pôr do sol e parece que é um programa comum por la.. giro, não?
Sair para ver o pôr do sol. O mar estava calminho, havia papagaios a decorar o céu, gente bonita...muita gente bonita. Giro é que ali vai a mãe, o pai e os filhos! vai tudo!
Come-se divinamente em bali, a comida é mesmo boa! Mas acorda-se com galos todos os dias as 5 da manhã... Aqui madrugo desde que cheguei, ou e porque há chamamento para as rezas, ou é porque há galos a cantar...É muito bonito ver oferendas aos deuses por toda a parte, uns
cestinhos pequeninos, com um recheio colorido no interior. São muito requintados.

De volta a Yogyakarta, fomos ver o palácio do sultão, que tem uma parte com arquitectura de traça colonial portuguesa. O sultão mora numa ala, que obviamente não visitámos. E parece que tem em casa antiguidades portuguesas... Estranhei não ver nenhumas e perguntei onde estavam e pronto, foi a resposta: em casa.

Depois levaram-nos a uma fábrica de batik, houve um grupo que foi fazer batik em madeira e voltaram de lá com umas máscaras pequeninas muito giras, o outro, em que eu me incluí, foi fazer batik sobre tecido. Adorei, acho que vou viciar-me em batiks, é mesmo delicado...
A instrutora, que falava comigo em javanês, lá disse BAGUS uma ou duas vezes... bagus quer dizer bom.. que querida.

Para já, posso dizer que Yogya é uma cidade interessante. Tem zonas residenciais abaixo do nível da estrada, o que é singular. É como se umas partes da cidade estivessem enterradas. Giro. Tectos budistas por todo o lado, é de facto um museuzinho. Mas hoje vamos ver e jantar
(que queridos!!!) ao templo budista maior do mundo...uau...é em yogya!

Bem, acho que é tudo, beijinhos, eu quando puder, mando um slideshowzito, mas tenho de o preparar ainda...

E o sol de Portugal? continua a brilhar???

Espero que estejam todos bem, um cium (bj) para todos

Tuesday 8 August 2006

There is no place like home....Asia

Finalmente na Ásia.... ate no avião se nota diferenças. Voei na Cathay Pacific, cheia de pequenos requintes, que diga-se, comuns, so na Ásia... um banco que mexe as costas e o assento de modo a ficarmos confortáveis no avião e conseguirmos dormir, comida feita pela companhia de hotéis Hyatt, entre outras coisinhas que fazem as delícias de quem tinha saudades...
Como estava tufão 8 em Hong Kong, esperei umas 4 horas em Londres e quando cheguei a Hong Kong o Tufão já tinha descido para 1, o que não impediu a aterragem de ser um bocadinho mexida...eheheh, não tenho medo nenhum de andar de avião...

O aeroporto de HK é maravilhoso, eu já o conhecia, mas o de Jakarta impressionou-me pela extrema beleza, é lindo, lindo. E pronto, foram buscar-me e também a mais estudantes internacionais. Uma vez no autocarro para a residência, parecia que estava em Bangkok: e a cidade asiática que Jakarta mais me relembrou. Neste momento estou numa zona tipo Central, Admiralty em Hong Kong, cheia de hotéis, torres altíssimas.
Estou numa capital asiática, não há dúvida nenhuma! Um espectáculo!

Hospedaram-nos no sul da cidade de Jakarta e de lá ao norte da cidade é muito longe, dada a dimensão. Ontem estive na cidade antiga, com vários edifícios coloniais, fui ao café mais bonito, o Batavia, que lembra o filme Casablanca.. e um clássico aqui da cidade a não perder.

Estava com uma rapariga polaca e enquanto andávamos nos bairros pobres da cidade portuária cruza-mo-nos com um casamento e fomos convidadas a almoçar...que queridos, tão felizes de terem duas estrangeiras com eles, deliciados a verem-nos comer... os asiáticos sao assim, espontâneos e amigáveis.

É incrível andar num autocarro em Jakarta: não entendo como não houve nenhum acidente, deu-me um gozo incrível atravessar esta cidade de autocarro com a Yudeta..foi uma aventura muito gira. Além destes autocarros, há uns outros que são ultra sofisticados, que têm corredor
próprio e que ajudaram a completar o nosso trajecto até ao porto. Uma viagem imperdível, colorida, barulhenta, cheia de cheiros diferentes (nem todos agradáveis, devo dizer)..

Hoje entrei no Hyatt, e que lobby!!! estou de volta a Ásia, não há dúvida! E tudo tão grande, luxuoso, bonito, requintado, sofisticado....

A comida aqui é linda, há pequenos aperitivos vêm embrulhados dentro de folhas que admito serem de palmeira, se bem que ainda não tenha certeza. É engraçado comer arroz logo pela manhã...em Roma ser romano, essa é a atitude. E todos os sabores me lembram os sabores chineses de Macau que tinha saudades, até os cheiro maus da rua me lembram os
cheiros péssimos de Macau...

O grupo de estudantes é ultra diverso, há uma americana, um namibiano, 5 papua nova guineenses, muitos polacos, muitos eslovacos, eu sou a única também, há japoneses, chineses, gente do Curdistão, do Uzbequistão, uma russa, dois do Bangladesh..é giro, porque comunicar
e difícil, e uma missão conhecer-mo-nos, porque há muita gente que não fala bem inglês.

Há baratas gigantes, ratos, muitos gatos... enfim, estou na Ásia, não há dúvida!

A população é super jovem, acho que não vi ninguém na casa dos 50 anos, se bem que com os asiáticos não dá bem para ver que idade têm, porque parecem jovens muito mais tempo. Mas aqui é crianças aos magotes, lindas, lindas, toda a gente com um ar nutrido, muitos deles simples, mas com um ar feliz.

Hoje passei numa manifestação de apoio a Palestina, aqui tem havido muita tensão devido ao que tem sucedido no Líbano, eles sentem que a sua própria cultura esta a ser atacada. Ainda assim, são tolerantes connosco. Isso é que importa, que não nos sintam como um inimigo a
abater, senão...

Estava com tantas saudades da Ásia, assim que for para Yogyakarta e Bali escrevo mais uma vez.

Beijinhos