Saturday 24 October 2009

noortrips: "in-between" Europe and Asia...Istambul city (episódio 3)

Ainda lá volto, porque vim a Jerusalem via Istambul, mas como tenho tanto que contar desta viagem, hoje começo por me recordar do quanto esta cidade me agradou.
Para já, tem aquilo que eu acho que falta em Lisboa e em todas as cidades da Europa em geral: é exótica.Exotismo é de facto um ingrediente que torna tudo muito mais apimentado, colorido e fascinante, pelo menos para mim.De facto, em Istambul já estamos na Ásia. Que bom!

Depois é uma cidade que tem estilo próprio - whatever that means, apeteceu-me dizer.É uma cidade em que o estilo neoclássico francês se conjuga em total harmonia com o estilo árabe e com o mau gosto que abunda nos países sub-desenvolvidos mas onde há abundância material. Explico: muitos néons (embora eu goste de néons), fachadas das lojas nuns mármores muito muito pirosos, as lojas espelhadas, com letterings prateados...todas estas pirosices lembram Macau, Indonésia...
E as roupas que se vendem? Por muita produção que se faça ali, entre Turquia e China, venha o diabo e escolha... E eles dizem que "Copy but not made in China! Good, made here in Turkey!".As imitações são um óptimo negócio, seja Turco, seja Chinês.
Mas, e grande lição para Lisboa que tem um milhão de habitantes (se tanto): esta cidade tem 13 milhões e é incrivelmente limpa (!!!). Andam sempre de vassorua e pá a limpar as avenidas. No domingo de manhã, as ruas estavam limpas! Em qualquer lugar da Europa as ruas estariam imundas depois de um sábado à noite.
A multiculturalidade e a multi-religiosidade tornam-na uma cidade em que sinceramente adoraria viver. Todos convivem em harmonia, vê-se de tudo. Ora, num país maioritariamente muçulmano em que um católico* se sente tão bem, apetece viver. E acho que a Turquia poderia estar perfeitamente na Comunidade Europeia. Adorei poder entrar nas mesquitas todas que me apeteceu, ah finalmente!
Além desta questão da aceitação das diferenças na sociedade, Istambul tem muito para oferecer em termos de monumentos e o que fazer. Tem demais talvez. Pode ir-se à Ásia só para dizer que lá se esteve; pode ir-se à Europa pela mesma razão. Pode andar-se de barco "in-between", que luxo!
Acho muito interessante as pessoas frequentemente falarem francês. O Professor Fernandes Dias, que nos acompanhou na viagem do Mestrado, explicou que antigamente era chique falar francês e um horror falar turco. Inesperado, mas encantador.
Istambul foi outrora Constantinopla, uma cidade construída à semelhança de Roma da Antiguidade clássica. Foi a capita do Império Romano do Oriente; do Império Bizantino, do Otomano...WOWEm toda a Idade Média foi a cidade mais rica da Europa, conhecida como a "Rainha das Cidades".
Tem inclusivé, uma das mais prestigiadas bienais de arte do mundo, a par de vários museus de arte, de arqueologia fantásticos, basílicas antiquíssimas.
Por acaso o tema da Bienal era extremanente político para o meu gosto pessoal. Mas a arte e a política andam de mãos dadas ou então de costas voltadas...mas vi trabalhos muitos bons. O meu preferido chamava-se East Side Story, era uma imagem do conflito Israelo-Palestiniano. Portanto, foi um bom estágio para o que vi a seguir.
Vi muita violência, segregação social, falta de respeito pelo outro na visita a Israel (ou Palestina, ou ambos?)
Estou neste momento no aeroporto de Tel Aviv e pasmem-se; ouve-se por vezes o autifalante a dizer:

Attention please, carrying guns is prohibited in all terminal hall. Thank you.
Só em Israel, estes tipos são uns malucos. Mas isso fica para amanhã...
Salaam, noor

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